ATA DA SÉTIMA SESSÃO
ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 17-02-2016.
Aos dezessete dias do mês
de fevereiro do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto
Ferronato, Alberto Kopittke, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dinho do
Grêmio, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Paulinho Motorista, Paulo Brum e Rodrigo Maroni.
Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram Clàudio Janta, Dr. Raul Fraga, Dr.
Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, João Bosco Vaz, Kevin Krieger,
Lourdes Sprenger, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir
Canal. Após, foi apregoado o Memorando nº 006/16, de autoria de Sofia Cavedon,
deferido pelo Presidente, solicitando autorização para representar externamente
este Legislativo, no dia dezessete de fevereiro do corrente, na palestra
“Educação Socioemocional”, no Salão de Eventos do Instituto de Educação São
Francisco, às quatorze horas, em Porto Alegre. A seguir, por solicitações de Paulinho
Motorista e Delegado Cleiton, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem
póstuma a Elton Carlos Duarte de Andrade e Alexsandro de Matos Hoisler, respectivamente.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Jussara Cony, Paulinho Motorista,
Fernanda Melchionna, Alberto Kopittke, Lourdes Sprenger, Kevin Krieger, Nereu
D'Avila, Mario Manfro, Jussara Cony, João Carlos Nedel, Clàudio Janta e
Reginaldo Pujol. A seguir, foi apregoado o Processo nº 2999/15, referente ao
procedimento previsto na Resolução nº 1.319/96. Às dezessete horas e trinta e seis minutos, foi realizada
chamada para ingresso na Ordem do Dia, constatando-se a inexistência de quórum
deliberativo. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 030/15, discutido por Reginaldo Pujol, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 289, 297 e 275/15, este discutido
por Rodrigo Maroni, e 003/16, discutido por Alberto Kopittke e Engº Comassetto,
e o Projeto de Lei do Executivo nº 043/15; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01
ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 014/03, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 256, 270, 276 e 300/15 e 005/16, e o Projeto de Lei
do Executivo nº 002/16, este discutido por Engº Comassetto. Às dezesseis horas e um minuto, o
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a
próxima sessão ordinária. Os
trabalhos foram presididos por Cassio Trogildo e secretariados por Paulo Brum.
Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Apregoo o Memorando nº 006/16, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que
solicita representar esta Casa na palestra com o Sr. Augusto Cury, com o tema
“Educação Socioemocional”, no Instituto de Educação São Francisco, no dia 17 de
fevereiro de 2016, às 14h.
O SR. PAULINHO MOTORISTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr.
Elton Carlos Duarte de Andrade, motorista do ônibus que caiu hoje da ponte
sobre o rio Jacuí.
O SR. VER. DELEGADO CLEITON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr.
Alexsandro de Matos Hoisler, condutor do SAMU que foi baleado em um assalto.
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): Deferimos os pedidos.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação
de Líder, pela oposição.
A
SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
boa tarde a todas e a todos, eu venho a esta tribuna como Líder da oposição –
já com a licença dos Vereadores do PT do PSOL – e também como Presidente da
Frente Parlamentar em Defesa dos Servidores e dos Serviços Públicos em função
da notícia, veiculada no jornal Correio do Povo, em que o Prefeito Municipal
diz que pode atrasar os salários dos servidores do Município, e isso requer de
nós, como Câmara Municipal, inclusive, uma aprofundada discussão.
Primeiro, eu quero me reportar ao que, ao longo do
mandato, nós vimos alertando, que está concretizado num documento que foi base
de discussão. Inclusive, a oposição toda trouxe essa discussão do nosso mandato
e da oposição quando nós fizemos, Vereadores, a discussão da LDO – Lei de
Diretrizes Orçamentárias, oficializada nesta tribuna naquele momento. Eu vou me
reportar a esse documento porque ele é base para esta nossa reflexão. Nós
dizíamos que o modelo de gestão Fortunati/Melo mostrava maus resultados mesmo
naquilo que tinha se proposto a realizar e que os balanços financeiros
mostravam histórico na queda de resultados financeiros primários desde 2008, se
agravando nos anos de 2012 e 2013, quando os déficits nominais chegaram às
casas de quase R$ 178 milhões e R$ 235 milhões, o que mostra uma profunda
defasagem entre a arrecadação e as despesas do Município. Ainda pior: o déficit
previsto pela LDO para 2016, ano em que entramos agora, é da ordem de quase R$
301 milhões – é o maior desequilíbrio orçamentário em mais de 30 anos! Além
disso, consolida a tendência de fechamentos negativos de déficits nos três anos
desta Administração Municipal, o que, aliás, não era normal nas duas últimas
décadas. Como resultado, a Administração aumentou substancialmente a dívida
pública do Município, que, de 2010 a 2016, quase dobrou: de R$ 638 mil para R$
1,207 milhão.
Nós alertávamos isso no momento da discussão da
LDO. Essa, para nós, é a mesma receita que o PMDB está usando no Estado, no
Governo Sartori. É o receituário neoliberal, o desmonte do setor público e a
penalização dos servidores. Eu acho que esta Câmara tem que estar muito atenta
a essa declaração do Sr. Prefeito Municipal, porque é disso que se trata. Isso
não resolve a crise econômica, pelo contrário, agrava a crise econômica se
tiver esse tipo de comportamento no Município de Porto Alegre, porque retira
dinheiro de circulação, porque retém o consumo das famílias, como está retendo o consumo das famílias no Estado do Rio Grande do Sul
com essa política de penalização dos servidores do Governo Sartori. Isso reduz
o mercado interno, reduz as políticas públicas. O caso mais severo que temos no
Estado, com essa política neoliberal, é que parece que agora o Prefeito entra
nessa onda com as suas declarações, com o exemplo da segurança pública. Nós não
queremos que Porto Alegre entre nesse arranjo neoliberal de penalizar
servidores, porque isso vai ser o caos da cidade de Porto Alegre. Eu chamo a
atenção a isso para que não aconteça em Porto Alegre o que está acontecendo no
Rio Grande do Sul.
Por fim, creio que
meus colegas de oposição referendam o que vou colocar agora: é uma receita
errada, Sr. Prefeito! Para manter contas em dia, penalizando trabalhadores e
não garantindo políticas públicas, está na contramão! Temos duas décadas de
crescente déficit orçamentário na cidade de Porto Alegre. Então, é uma falácia
responsabilizar a crise econômica do País, o que, aliás, é resultado da crise
global do capitalismo. Eu não vi até agora uma receita de que penalizar
servidores...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. JUSSARA
CONY: ...e não ter políticas públicas na linha de frente,
vá resolver uma crise econômica, pelo contrário, agrava. Então, eu chamo a
atenção para essa reflexão, essa discussão que esta Casa tem que estar atenta
para fazer. Atrasar salário de servidores não é a receita! O Sr. Prefeito tem
que avaliar isso, porque deixar de pagar para manter as contas em dia...
Negocie-se contas, mas servidor não pode ser penalizado!
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Paulinho Motorista está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores; pessoal que nos assiste nas galerias e em casa,
através da TVCâmara; servidores que nos ajudam a realizar o nosso trabalho; acabamos de
pedir um minuto de silêncio pela morte do motorista de ônibus, hoje, da empresa
Expresso Guaíba. O Ver. Delegado Cleiton também pediu um minuto de silêncio
pela morte do condutor do SAMU, que, depois, irei falar sobre essa outra
situação.
O ônibus da empresa Expresso Guaíba caiu da ponte e
o motorista, infelizmente, morreu afogado; estavam no ônibus somente ele e o
cobrador, mas o cobrador conseguiu nadar e sair do coletivo. Uma ponte de 25
metros, mais ou menos. O ônibus ainda está debaixo d’água. É uma tristeza para
todos nós, não só para mim que fui motorista por 24 anos e sei o que um
motorista passa no dia a dia. Para mim é uma grande tristeza, porque é uma
pessoa da minha categoria, um rodoviário.
O Ver. Delegado Cleiton também pediu um minuto de
silêncio para o condutor do SAMU, que aí já não foi acidente, foi um homicídio.
O rapaz esperava a sua esposa, que estava em uma clínica, dentro de seu carro e
simplesmente marginais – temos que falar assim: marginais – tiraram a vida do
rapaz, para fazer um assalto. Não se concretizou o assalto, e mataram um pai de
família. É muito triste, porque trabalhamos para que a nossa população não
passe por isso, mas infelizmente a situação é essa. Para eles, é mais um; matam
um hoje, daqui a uma semana mais dois, para eles, tanto faz. Hoje eles dormem
tranquilos como nada tivesse acontecido; situação bárbara. Mas a realidade,
infelizmente, é essa. Estou falando aqui em nome da Bancada do PSB, em nome do
meu grande parceiro e amigo, Ver. Airto Ferronato, também. Nós vamos continuar
o nosso trabalho, com essa tristeza de hoje. Imaginem o que estão passando
essas famílias, hoje, nesta tarde, com essas duas mortes.
Falando sobre a situação dos rodoviários, saiu há
pouco o dissídio dos rodoviários. E, pelo que se tem falado, a negociação foi tranquila, eu acredito que tenha sido tranquila, e,
merecidamente, os rodoviários estão ganhando o aumento deles. Todo ano é a
mesma situação: quando chega no final do ano, meus colegas rodoviários começam
uma correria para ganhar um aumento. Trabalham muito, eu sei disso; 24 anos,
sei bem como funciona o serviço, como funciona a profissão para atender a nossa
grande população de Porto Alegre, que merece ser atendida com todo o respeito,
com toda a dedicação para que vá ao seu destino, vá ao seu trabalho, vá à sua
escola, vá às suas consultas médicas com segurança dentro de um coletivo.
E assim fomos
eleitos, Ver. Paulo Brum, para trabalhar por toda essa população, independente
de partidos. Trabalhamos todos aqui, os 36 Vereadores, para que a população
possa se orgulhar do nosso trabalho, do nosso pensamento, da nossa
transparência no dia a dia. Continuaremos firmes e fortes, com a ajuda de Deus,
trabalhando para que Porto Alegre possa dormir e acordar com um pouco de
felicidade, e não essa tristeza que estamos vivendo neste dia de hoje. Um
grande abraço a todos. Repito que falo em meu nome...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a
todos e a todas, eu venho aqui em nome do PSOL – em meu nome e em nome do Ver.
Alex – repudiar profundamente não só as declarações do Prefeito Fortunati como
a possibilidade que o Governo ventila, neste momento, de seguir a péssima
escola do Governador Sartori de parcelar o salário do funcionalismo, para
seguir priorizando temas que não são fundamentais para os municipários e para o
povo da nossa Cidade. É verdade que o Brasil passa por uma crise econômica
profunda, em que os problemas devem ser atacados na raiz. Infelizmente, as
receitas dos governos têm sido justamente o contrário: aumentar a retirada de
direitos; aumentar as privatizações, como agora o Governo Dilma quer fazer com
o Pré-Sal; parcelar e massacrar o funcionalismo público com o arrocho salarial
e com o parcelamento brutal de salários que nós vivemos no Estado do Rio Grande
do Sul; um pacote de maldades, que foi votado na Assembleia aos 45 minutos do
segundo tempo, no ano de 2015, que significou a possibilidade de exoneração dos
servidores públicos estaduais. Agora, o Sartori diz que pode exonerar aqueles e
aquelas que fizeram concurso para servir ao povo do Estado do Rio Grande do
Sul, que estão na ponta dos serviços públicos, que ficam independente dos
governos e que já sofrem com a falta de pessoal, que já sofrem com as péssimas
condições de trabalho, sem enfrentar o tema da dívida pública com altivez,
entrando na Justiça para garantir com que o Governo Federal não faça agiotagem
com os Estados. E muito nos espantou ver o Governo dizer que pode parcelar o
salário do funcionalismo municipal no segundo semestre de 2016, quando no ano
passado o Governo comemorou um superávit que estaria ocorrendo nas contas
públicas do Município, que teria economizado recursos, que teriam sobrado
recursos no ano de 2015, Ver. Maroni, enquanto tem paciente dormindo no chão,
enquanto falta atendimento nos postos de saúde, enquanto faltam professores,
enquanto falta assistência social no Município de Porto Alegre. Mesmo com esse
anúncio do superávit, o Governo diz agora que vive uma crise econômica e que
tem a possibilidade de parcelar o salário do funcionalismo público municipal.
Em primeiro lugar, isso não tem outro nome que não
seja terrorismo com o conjunto dos municipários e municipárias de Porto Alegre.
Em segundo lugar, o Governo que passa, neste momento, por essa discussão das
dificuldades financeiras, deveria começar cortando da carne, cortando os mais
de mil CCs, que são o verdadeiro cabide de empregos da Administração, para
lotear os partidos da base aliada. Deveria cortar os privilégios, diminuir
diárias, diminuir o uso de combustível. Deveria, sim, diminuir as verbas de
publicidade. Deveria auditar as obras, que muitas, por incompetência, foram
refeitas várias vezes; outras que não se concatenam com o Centro e com a
identidade da nossa Cidade; outras importantes que estão paradas, atrapalhando
os moradores e o comércio local, e que, obviamente, precisam ser auditadas,
porque as obras numa cidade devem servir ao povo e não ao interesse das empreiteiras.
É preciso combater desde já esse discurso do Governo Fortunati. Infelizmente, o
Governo Fortunati está desaprendendo na escola de Sartori, de arrocho, de
ataque ao funcionalismo e, ao mesmo tempo, de aumento de impostos para o
conjunto da população, como foi o tarifaço que todo povo do Rio Grande do Sul
pagou em janeiro de 2016, fruto daqueles projetos que aumentavam o ICMS. Isso
acaba sendo uma bola de neve numa crise econômica evidente, além de massacrar
aqueles e aquelas que estão na ponta dos serviços públicos e que sofrem com os
desgovernos que atacam o funcionalismo, atacam as necessidades do povo e seguem
governando para os ricos e garantindo privilégios.
Portanto, o nosso repúdio, do PSOL, e a nossa
convicção de que o Simpa, os municipários e as municipárias não aceitarão esses
desmandos e contarão com os nossos mandatos, com os nossos militantes, com os
nossos partidos para garantir que esse projeto do Fortunati e do Sebastião Melo
seja derrotado.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Cassio Trogildo): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, muito boa tarde a todas e a todos, estamos iniciando esta
Sessão fazendo um debate que a nossa Líder da oposição, Ver.ª Jussara, abriu
muito bem aqui neste plenário, que a Ver.ª Fernanda também abordou, sobre uma
manifestação do Sr. Prefeito anunciando que pode atrasar o salário dos
servidores do Município, e que, como muito bem dito, na verdade faz parte de
uma linha política. E eu, Ver.ª Fernanda, que nessa aí, talvez, até o Prefeito
Fortunati seja inocente no sentido político, porque eu acho mesmo que essa é
uma linha do seu Vice, Sebastião Melo, porque falou em PMDB, falou em atrasar
salário. Todos sabem, conheceram o Governo Simon, os mais velhos aqui se
lembram; também se lembram das gestões do Governador Britto, que demitiu até
brigadiano. O Governo Britto até brigadiano demitiu, fazendo um programa para
estimular as demissões de brigadianos e policiais civis. E agora o Governador
Sartori espalhou o caos para conseguir aprovar os seus projetos de lei, atrasou
os salários dos servidores, provocando, até agora, essa onda de violência,
agudizando a crise da segurança por fazer essa política inconsequente de tratar
os servidores públicos dessa forma.
E agora o Prefeito Fortunati, que se diga a verdade
– o Ver. Delegado Cleiton, que está aqui, os colegas do PTB também, do
trabalhismo e do PDT –, essa não é a linha do trabalhismo aqui, no Rio Grande
do Sul, essa é a linha do PMDB. Está aqui o Ver. Dr. Thiago muito bem
apontando, essa nunca foi a linha dos Governos do PDT, do PTB, mas entrou o
PMDB – como todos sabem, o Prefeito Melo tem administrado a Cidade –, vem o
caos e começa esse terrorismo com os servidores públicos. Então, é algo sabido
de todos.
Eu trouxe
uma matéria aqui do jornalista Políbio Braga, que é isento, ninguém aqui vai
poder dizer que ele é de esquerda, Ver.ª Melchionna, do dia 18 de setembro de
2013: “Fortunati começará a demitir os CCs. Prefeito José Fortunati anuncia que
vai começar a demitir 10% dos CCs para superar a crise financeira e que vai
fazer isso de forma isonômica entre todos os partidos, com o objetivo de
economizar R$ 300 milhões até o final do ano”. Pois bem, até hoje nenhum CC foi
demitido, os CCs foram ampliados, já são mais do que o dobro que a Cidade tinha
ao final da Administração Popular; o Prefeito não cumpriu com o que havia se
comprometido, e, pelo contrário, deu um reajuste escandaloso aos Procuradores
do Município e para algumas carreiras da nossa Fazenda Municipal – escandaloso
e denunciado por nós aqui que isso quebraria a Cidade. E o Prefeito, com a sua
base aqui, liderou esses privilégios. Agora começa essa linha de terrorismo na
Cidade de que os salários vão atrasar. Em nenhum momento das administrações que
tivemos em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, mesmo quando a taxa de
desemprego do Brasil era mais do que o dobro da que temos hoje, no Governo FHC,
e os Municípios nada recebiam, nem um mês o salário foi atrasado. Então espero
que essa linha do PMDB...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho assistido
aqui, no plenário, muitas críticas em relação às finanças do Estado. Agora
também me surpreendem as finanças do Município, e certamente nos deixam
preocupados, porque, no momento em que se atrasam salários, famílias são
atingidas e, por extensão, o comércio e outros segmentos. Eu quero dar uma
resposta ao Ver. Kopittke, por quem tenho grande respeito, quero dizer que o
Governo Sartori atrasa salários porque o seu Governo deixou 600 milhões em
dívidas sem empenho, sem aprovação na Assembleia, isso só para começar,
mascarando as contas públicas e gerando esse impasse. Se hoje nós estamos
assim, poderiam haver outras ações? Talvez pudessem, mas quais seriam as
consequências? As consequências são do Governo Tarso Genro, que deixou toda
essa dívida mascarando os resultados, e nos deixou achando que o Estado estava
muito bem. E, fora essas dívidas, outras que surgiram, e quem é da Secretaria
da Fazenda, quem está envolvido com números sabe muito bem. Eu não vou usar
todo o meu tempo para falar em valores, em dívidas, e nesse caos em que o
Estado se encontra.
Falando em segurança, meu colega, o sistema
guardião era comandado por aquele que matou o traficante em Tramandaí – ele era
o guarda. Aquela pessoa tinha o acesso a todas as informações do Estado. E não
estou falando sobre o que eu não sei, estou dizendo o que foi comprovado.
Então, segurança nós não tínhamos, as nossas vidas poderiam ser devastadas. Nós
somos simples Vereadores, mas quem tem uma posição maior tem a vida devastada.
Por quem? Por uma pessoa que não tinha credibilidade nenhuma e era assessor de
quem? Do Secretário de Segurança do Estado. Então, Vereador, nós temos que
falar, sim, em segurança. É lógico que a segurança aumentou. É lógico que vamos
às vilas e vemos jovens sem ter o que fazer, sendo dominados, sendo comandados
pelo tráfico. É lógico que temos adolescentes em que os pais estão presos e que
estão à mercê dos traficantes nas vilas, pois não há uma política para melhorar
a vida do adolescente. É lógico que nos choca, é lógico que um Vereador não
consegue resolver tudo. Agora, há uma hora em que temos que dizer as verdades.
E outra, nós temos que entender que hoje um vice faz o que o titular manda.
Quem está na Prefeitura hoje é o Prefeito Fortunati, e o seu Vice-Prefeito faz,
sim, mas, pelo perfil que conheço, ele é muito leal, ele não vai além do que o
Prefeito determina. E eu também estranho que o balanço da Prefeitura, que
estava todo positivo, agora está faltando recursos. Claro que estranho! E já
falei nas contas, nas pedaladas do ano anterior. Eu falei aqui. Inclusive o
Procurador Geraldo da Camino também estava investigando, por isso retirei meu
requerimento da Casa. Se um conselheiro está investigando, vamos deixar o
conselheiro do Tribunal de Contas investigar. E falando nisso, ele não aprovou
as contas do Governo do Estado anterior. Quem aprovou foi o Pleno; então,
problemas existiam. Quando um auditor constata as falhas, ele não vai se
arriscar a colocar uma posição positiva onde há problemas.
Portanto, vamos falar a verdade, vamos dizer que
estamos, sim, com problemas, mas não é em um ano que a Cidade vai virar ao
avesso e dizer que foi só por este Governo que estamos com essa criminalidade.
Isso tudo é consequência. E eu desejo, sim, que se acerte, para o melhor do
Estado, para o melhor da posição e para o melhor de todos nós. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo; Srs. Vereadores
e Sras. Vereadoras,
venho aqui fazer uma pequeno esclarecimento em relação às falas anteriores de
alguns Vereadores e quero me referir, principalmente aos Vereadores do PT e do
PCdoB, que hoje compõem o Governo Federal, Ver.ª Jussara. Infelizmente, o PT
nacional também compõe, não com o apoio do partido municipal de Porto Alegre,
nem com o apoio do partido estadual. Mas infelizmente, com essa salada que é a
política nacional, hoje acontece isso.
Queria fazer algumas
colocações que eu considero importantes. Quando o Prefeito Fortunati foi
entrevistado pelo jornalista André Machado, este lhe perguntou sobre a crise, e
Fortunati falou de um contexto geral da crise que assola o Rio Grande do Sul, a
cidade de Porto Alegre e todos os Municípios do Brasil. Só que parece, pelo
discurso que nós escutamos aqui desta tribuna, que o PT não tem nada a ver com
essa crise! E que o Governo Federal está um espetáculo! Parece que a crise
nacional não existe! Essa crise é que está refletindo nos Municípios e nos
Estados. Quando o Prefeito fala na questão de parcelamento de salários, ele não
disse que iria fazer isso, mas que, com a crise que está aí, isso pode vir a
acontecer, porque, em nível nacional, quando o Orçamento veio para esta Casa e
nós o aprovamos, a previsão da inflação, pelo Banco Central, era de 5,62%. Sabe
em quanto fechou, Ver.ª Jussara, em janeiro? Em mais de 10%. E essa previsão
era do Governo Federal, onde os Municípios fazem os seus orçamentos. A previsão
do PIB, quando Joaquim Levy ainda era Ministro, para 2016, era de 1%. A
Presidente Dilma já baixou essa previsão para 0,5% em 2016. E a previsão atual,
Ver.ª Jussara – por quem tenho um grande respeito nesta Casa –, já é um
crescimento negativo de 3,5%! Se nós não entendermos que isso vai atingir as
cidades, que isso vai atingir os Estados... Simplesmente foi uma conversa de
que isso pode vir a acontecer, mas o Prefeito, no ano passado, tomou todas as
medidas para isso não acontecesse. Nós consideramos o funcionalismo público
municipal fundamental para gerir a nossa Cidade. Então, vamos ter muita calma,
vamos ter muito respeito, porque isso mexe com a vida das pessoas, mexe com
muitas famílias, nós temos que olhar o todo nesse processo.
O Brasil vai ter o segundo pior crescimento
mundial, só ganha da Venezuela – esta é a previsão, Ver. Paulo Brum. E todos
nós temos que fazer um esforço para não deixar isso acontecer. Agora esta crise
nacional, que não fica só na crise financeira, fica também na crise de saúde,
porque olha o que estamos vivendo no Brasil, Ver. Dr. Raul! Uma epidemia! O
Ministério da Saúde, há poucos dias, não reconheceu ou não tinha notificado os
casos de microcefalia e, agora, notificou. De uma hora para outra, cresceu
enormemente. Qual é a verdade disso? Não notificaram? Ou foram incompetentes em
não notificar e deixaram acontecer o que está acontecendo? Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NEREU
D’AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras,
senhoras e senhores, esta Câmara tem, como sempre, trabalhado amiúde, cumprindo
as suas obrigações e tratado com responsabilidade todos os temas pertinentes às
iniciativas do Executivo e também às dos Vereadores. Todas as pessoas, eu
inclusive, podem cometer equívocos, ter dúvidas e, às vezes, até não se dar
conta da realidade que possa estar inserida no contexto momentâneo. Então, esta
Câmara aprovou, em recente Sessão, uma proposta do Ver. Delegado Cleiton
referente a uma campanha extremamente importante em relação à saúde, que é a
“Menos Sal, Mais Saúde”. Ocorre que foi inserida uma emenda, que foi aprovada –
e eu confesso lisamente que, de minha parte, pelas atribulações do plenário,
não me dei conta exatamente daquela proibição, a de que o sal fosse colocado na
mesa em bares, restaurantes e similares.
Acho que muitos
Vereadores também não se deram conta, porque hoje se vê que as críticas foram
muito fortes em relação a esta iniciativa, e, se analisarmos com calma, veremos
que cometemos realmente uma inserção na área privada, simplesmente proibindo,
sem uma sanção legal, porque, então, fica uma lei sem a sua característica
fundamental, que é a de haver penalizações caso seja transgredida. Claro que a
iniciativa presume que as situações em que o sal acarreta a saúde não sejam acometidas com
a presença do sal nos bares e restaurantes. Ocorre que, na verdade, se formos
nessa esteira, teremos também que proibir o açúcar, que não seja quando há café
da manhã dos restaurantes, nos hotéis, enfim, e ele seja também proibido porque
o excesso de açúcar – como o excesso de sal – também faz mal à saúde. Então, de
minha parte, faço uma autocrítica no sentido de que essa iniciativa da Câmara
não foi das melhores que esta Casa teve nos últimos tempos.
O jornal Zero Hora de hoje traz um editorial cujo
título é “O sal proibido” e critica a iniciativa desta Casa, do qual só vou ler
duas frases que eu achei importantes. Lá pelas tantas, diz o editorial da Zero
Hora de hoje: “... que direito tem o Poder Público de tutelar o comportamento
dos cidadãos?” Exatamente. Nós estamos tutelando. Se o sal estiver em cima da
mesa, nós o usamos se quisermos. Agora, alegar que faz mal para a saúde, eu
perguntaria: quantas coisas fazem mal para a saúde que estão ao nosso alcance e
não são proibidas? Tudo. Finalmente, o próprio editorial conclui com a seguinte
frase, com a qual faço minha autocrítica porque creio que votei a iniciativa do
Ver. Delegado Cleiton que era absolutamente realística e compatível – Menos
Sal, Mais Saúde –, mas a emenda acabou gerando isso: “...mas o Legislativo
Municipal perde credibilidade quando aprova leis desconsideradas pelos
cidadãos.” De minha parte, endosso as palavras do editorial. Era o que eu
queria registrar. Sr. Presidente, muito obrigado pelo tempo que me concedeu.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Mario Manfro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MARIO
MANFRO: Ver. Cassio Trogildo, nosso Presidente, caros colegas e público que nos
assiste, eu confesso que estava meio relutante, Ver. Nereu, para trazer esse
assunto, para trazer esse pedido, esse apelo da comunidade da Zona Norte, mais
especificamente da comunidade do Jardim Itu-Sabará, Jardim Protásio Alves e
arredores. Por que eu estava relutante? Porque eu tenho consciência de que a
insegurança está presente em toda a cidade de Porto Alegre. Mas nessas regiões
que eu citei está atingindo, realmente, já atingiu um nível insustentável. Em
aproximadamente 30 dias, dois eventos na Av. Alberto Pasqualini me chamaram a
atenção. Primeiro, a execução, Ver. Villela, até onde se sabe, gangues rivais
do tráfico abordaram um carro, mais de 50 tiros, metralhadora, e assassinaram,
mataram essa pessoa. Ontem à noite eu presenciei e tive, talvez, um dos maiores
sustos que eu já tive na minha vida. Na frente da minha casa, na Av. Alberto
Pasqualini, um tiroteio, e alguns veículos com mais de 30 tiros, Ver. Alex,
quando houve uma tentativa de assalto, e os vigilantes de uma academia que tem
ao lado da minha casa reagiram e balearam dois assaltantes. Um ficou no local
agonizando, uma cena terrível de se ver; o outro correu até o posto de gasolina
na esquina da Rua Ary Tarragô com a Av. Alberto Pasqualini, baleado também, chegou lá pedindo socorro porque tinha reagido a um
assalto, mas a Brigada Militar prontamente chegou também e o prendeu.
Realmente, até onde se sabe por rede social, um morreu e o outro está no
hospital. Mas esse posto, que eu citei, onde há uma loja de conveniências, já
foi assaltado diversas vezes. Os tiroteios ali estão cada vez mais frequentes.
Nós estamos perto da Vila Jardim e do bairro Bom Jesus onde, todos sabem, está
havendo uma guerra de duas facções do tráfico.
Então, estou dizendo
isso, não sou especialista em segurança, realmente não sei qual a melhor forma
de combater isso. Agora, uma certeza eu tenho: tem que haver mais efetivos, tem
que haver mais estrutura para o 20º Batalhão que, diga-se de passagem, é
comandado pelo Tenente-Coronel Egon, uma pessoa extremamente parceira da
comunidade, já fizemos algumas reuniões sobre segurança, ele vai e coloca
também os seus problemas em termos de deficiência de efetivos, deficiência de
equipamentos, deficiência de viaturas. Então, quero fazer um apelo ao
Secretário de Segurança, ao Governador: por favor, não economizem em segurança!
Porque economizar em segurança é condenar pessoas à morte. Eu acho que aquela
região, como toda a cidade de Porto Alegre, está vivendo uma guerra civil. As
mortes se sucedem, e eu acho que não é mais hora de discurso e sim de ação...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. MARIO
MANFRO: ...Tem que haver um policiamento ostensivo, tem que
haver uma renovação da frota, enfim, para que a população possa sair de sua
residência com alguma tranquilidade. Ontem, quando aconteceu esse fato, claro, toda
a população saiu – foi na frente da minha casa praticamente –, eu também sai,
Ver. Raul, e o que a gente ouve em virtude do medo que as pessoas estão é
realmente incrível. Nós estamos vendo um ser humano, é um ladrão, é uma pessoa
que tentou assaltar, enfim, mas agonizando e as pessoas torcendo para que ele
morresse. Isso é o que? Isso é um reflexo desta guerra que nós estamos vivendo.
Então, o apelo fica...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. MARIO
MANFRO: ...para o efetivo do 20º Batalhão especificamente e
também que se melhorem as condições de trabalho destes verdadeiros heróis que
são os brigadianos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A
SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu volto a esta
tribuna, agora como Liderança do PCdoB, até pela forma com que o nosso partido
se conduz nesta Casa e eu, como Líder de oposição, nas articulações políticas
amplas de que a Cidade precisa, inclusive, para que as políticas públicas se
materializem, para que os problemas sejam superados, e esta Casa tem muito a
ver com isso, por esta relação que eu tenho com o Líder do Governo, o Ver. Kevin Krieger,
que subiu a esta tribuna e trouxe aqui a sua posição. Eu acho que nós temos que
aprofundar. Eu já dizia que a reflexão era necessária e eu venho exatamente
para aprofundar.
O alerta que o nosso partido tem feito é anterior a essa crise
econômica; em todas as Leis de Diretrizes Orçamentárias, nós temos feito esse
alerta. O PCdoB, em todos os Orçamentos, vem destacando, eu quero deixar isso
muito claro, o crescente déficit orçamentário da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre. Falta arrecadação, um gasto excessivo, e, por isso, as políticas
públicas não se materializam e vem crescendo o déficit. E os dados foram
crescendo ano a ano e antes da crise, Vereador, antes da crise! O déficit
cresce e eu tenho, até vou passar ao Ver. Kevin, essa reflexão que tinha
trazido anteriormente à tribuna num documento nosso baseado na LDO.
Quanto à questão de
articulações políticas de Governo, o Ver. Kevin traz aqui que o Governo Federal
é um governo do PT e do PCdoB. Não! Ele é mais amplo do que o PT e o PCdoB. Ele
é mais amplo, e o PCdoB tem isso muito claro. Há partidos, os quais nos
respeitamos, dentro de uma arte de fazer política que vem desde o Governo Lula,
para enfrentar o projeto neoliberal, para fazer este Brasil sair de uma crise
que foi aprofundada com o projeto neoliberal dos anos difíceis da Nação
brasileira, liderados por Fernando Henrique e por muitos dos que se contrapõem
hoje à busca de um projeto de desenvolvimento. Nós temos que deixar isso muito
claro, porque é a discussão de um debate político de concepção de Nação, de
concepção de projeto. As cidades não são isoladas desse debate, pelo contrário!
Nós temos o que, no Brasil? Um presidencialismo de coalizão. Eu acho que essa
visão republicana para conseguir estabelecer o projeto de desenvolvimento para
esta Nação, que veio com Lula e segue com Dilma, é a arte de conduzir o Governo
para garantir, inclusive, o Estado Democrático de Direito, para garantir a
democracia frente àqueles – e é corrente no nosso País, nós estamos vivenciando
todos os dias – que não admitem um projeto que garanta a dignidade para todo o
povo brasileiro. Tem muito a caminhar ainda, têm dificuldades objetivas, mas
essa arte de conduzir e garantir o Estado Democrático de Direito é a primeira
questão que nós temos que estar atentos. O PCdoB, eu já disse em todos os
pronunciamentos, vem denunciando, a crise acelera o processo de descontrole
econômico – acelera no Executivo nacional, no estadual e no municipal, sem
dúvida –, agora, como sair da crise? A receita é diferente! A receita do
Sartori é a neoliberal; a receita da Prefeitura nos parece que vai por esse
mesmo caminho – eu trouxe dados objetivos aqui. Quanto à crise econômica, é uma
crise do capitalismo! E a Dilma segurou um bom tempo, a Dilma e os partidos que
lhe dão sustentação. Não dá para negar que participa do Governo, não! A crise
no Brasil é mais política do que econômica: é a crise de quem não aceita um
projeto que, mesmo com dificuldades, com a crise global do capitalismo, vem
garantindo justiça social, desenvolvimento econômico, não penaliza servidores –
se penalizar o PCdoB vai ser o primeiro a dizer desta tribuna e em todas as
instâncias –, garante políticas públicas, e mais, faz políticas públicas
oriundas dos movimentos históricos dos trabalhadores, da luta das mulheres, da
juventude, dos negros, para garantir o que é o principal, que é o Estado
Democrático de Direito. E Estado Democrático de Direito se garante também
articulando uma aliança de unidade de amplitude necessária. É uma aliança
estratégica essa aliança do PT e do PCdoB, não tenho dúvida! Agora, teve que ir
além. São alianças momentâneas, no sentido de tirar o País da crise, garantir o
desenvolvimento e, mesmo na crise do capitalismo, ter a capacidade, ter a audácia
necessária, dentro das articulações políticas, da sustentação política, para
garantir, antes de tudo, o Estado Democrático de Direito e para fazer um
projeto de desenvolvimento para este País. Porto Alegre não está isolada desse
processo, e é por isso que eu, como Vereadora, trago aqui essa questão
nacional. É uma discussão no âmbito da política maior de uma Nação que não pode
se dobrar aos interesses de fora e, inclusive, aos interesses do imperialismo.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Cassio Trogildo; Vereadores e Vereadoras, fico muito
satisfeito porque estou vendo, nesta Casa, nesta Câmara, o surgimento de vários
especialistas na área financeira. Isso é muito bom, é um crescimento da nossa
instituição. Vi aqui muitos falarem sobre a área financeira, em cima das
declarações do Prefeito Fortunati – vejam que muda todo o sentido das
declarações –, que disse, claramente, num contexto, que, se a crise financeira
continuar e se agravar, lá pelo segundo semestre, lá por agosto, poderemos ter
dificuldades financeiras no Município, inclusive com várias repercussões. E aí
alguns Vereadores vieram aqui tirando ilações equivocadas, porque é uma
possibilidade. Se várias alternativas continuarem a acontecer, poderemos ter
dificuldades. Todo mundo sabe da crise financeira
do Governo Federal e isso se repassa especialmente para os municípios. Por
exemplo: o Governo Federal não manda recursos suficientes para a saúde e obriga
que o Município aplique de 21% a 22%, quando poderia aplicar 15%, que é a sua
obrigação constitucional; não manda recursos suficientes para a educação e
obriga a que o Município aplique dos seus recursos, além dos 25% que a
Constituição exige, em torno de 27%, 28%. A Prefeitura precisa realocar a Vila
Nazaré para a expansão da pista do aeroporto; o Município já fez com os
recursos próprios toda a infraestrutura do loteamento Maristas, já aplicou a
sua parte e mais um pouco e está aguardando os R$ 67 milhões que o Governo
Federal precisa enviar para que as obras iniciem no loteamento. O Governo
Federal bloqueou os recursos para a área de saneamento: viriam R$ 237 milhões a
fundo perdido, não vieram! Obriga assim que o DEP faça malabarismos para
atender a área emergencial do Município. Por falar nessa área, onde estão os
recursos para sanear a calamidade que houve recentemente? Não há nenhum recurso
federal. E o Município está investindo bastante no DMLU, na SMAM e no DEP.
Então, senhoras e
senhores, vamos deixar de tirar ilações e vamos fazer a nossa parte,
especialmente na área federal e também na área municipal, porque, Sr. Presidente, na
área estadual, com as dificuldades que tem a arrecadação do Município,
especialmente na área do ICMS, reduz o repasse do ICMS e reduz a arrecadação do
Município. Então, é claro que o Município também precisa fazer a sua parte,
talvez reduzir o peso do Governo. Isso é extremamente importante, mas não se
pode tirar ilações indevidas e precipitadas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, membros desta Casa, hoje há uma
notícia nos jornais que nos assusta, e muito. A nossa Cidade vive do comércio e
dos serviços; vive do funcionalismo público. Quando o Governo do Estado atrasou
e parcelou o pagamento dos salários dos servidores, a cidade de Porto Alegre
sofreu muito. Ontem, os jornais anunciaram o fechamento, no Brasil, de 100 mil
pontos comerciais. Cem mil empresas do comércio fecharam as suas portas. Estão
lá empresas de pequeno, médio e grande porte, sem falar das várias empresas que
estão demitindo, e nós temos exemplos próximos aqui da cidade de Porto Alegre,
como a Pirelli, a GM, as indústrias que trabalham no setor metal, mecânico,
automobilístico, vários ramos da indústria.
Hoje nós vemos uma
outra notícia de que a Prefeitura de Porto Alegre pode vir a atrasar os
salários dos servidores. Ano passado, a Prefeitura parcelou a reposição da
inflação nos salários dos servidores, que vai até agora o mês de maio ou abril,
parcelou a inflação. E já inicia a negociação dos salários dos servidores. Isso
é uma coisa que nos assusta muito, assusta demais uma cidade que vive do
comércio e do serviço, e uma cidade que vive do funcionalismo público estadual,
municipal e federal.
Ontem saíram os
atrasos da União também, os atrasos de repasse de verbas da União, dos
programas sociais. E a União acha que a grande saída para tudo isso é a CPMF,
como se nós não tivéssemos centenas de impostos, como se o trabalhador, a
sociedade brasileira não trabalhasse até a metade do ano para pagar impostos.
Se nós criássemos um imposto para a saúde, e esse imposto ficasse no Município,
talvez fosse a solução para a área da saúde, para os nossos postos de saúde
terem geladeiras para armazenar os medicamentos, terem luvas, para os nossos
servidores da saúde terem reconhecidas as horas extras, que não estão sendo
pagas, as recomposições de salário, que não estão sendo pagas. Então, nos
assusta muito quando a Prefeitura diz que, provavelmente, tenha que parcelar os
salários dos servidores da educação, da saúde, da Guarda Municipal, enfim, de
todos os servidores. Aqui, nesta Casa, nós votamos projetos de aumento de
salário da Fazenda, da Procuradoria, de alguns setores. E aí hoje sai essa
notícia de que terão que parcelar o salário dos servidores. Acho que nós vamos pedir que o
Secretário da Fazenda venha a esta Casa nos esclarecer essa situação, se
realmente será necessário o parcelamento dos servidores municipais, como estão
as negociações...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede tempo
para o término do pronunciamento.)
O SR. CLÀUDIO
JANTA: ...com o Sindicato dos servidores e qual é a real
situação: se essa é somente uma notícia dada pela imprensa para tumultuar as
negociações entre o Simpa e a Prefeitura, para trazer um alarde para a cidade
de Porto Alegre, ou se é um fato concreto e real. Com muita força, fé e
solidariedade nós vamos melhorar a vida dos trabalhadores brasileiros e acabar
com essa tributação bárbara, que vem tirando do bolso dos trabalhadores
brasileiros a sua alimentação, o seu sustento. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu, assim como todos os Vereadores, fiquei
preocupado com essa abertura total feita pelo Prefeito Fortunati, com riscos de
não poder manter a regularidade no pagamento dos servidores municipais, como há
longos anos a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Ver. Villela, vinha
fazendo. Em verdade, essa nossa surpresa se agiganta na medida em que não
acreditávamos que essa crise brasileira viesse contaminar, também, o Município
de Porto Alegre, como já contaminou vários Municípios do Rio grande do Sul,
vários Municípios brasileiros, que sequer conseguiram pagar o 13º salário do
ano que findou. Há estudos no sentido de retirar a responsabilidade e, obviamente,
tornar imune de penalização os Prefeitos que não conseguiram fazer esse
pagamento. O Judiciário, a todo o momento, demonstra um maior número de
empresários que não recolhem a sua contribuição para a previdência social. A
previdência social foi anunciada, há pouco tempo, com um déficit de R$ 50
bilhões nos últimos anos; R$ 24 bilhões seriam responsáveis às entidades
beneficiadas pela filantropia e isentas do recolhimento da parte patronal: as
escolas, as creches, os hospitais, aqueles reconhecidos nessa situação. Então,
Porto Alegre vinha e vem lutando fortemente para que as coisas não aconteçam da
forma trágica como podem acontecer. Nós mesmos, enquanto solidários com os
nossos companheiros que atuam na Secretaria da Cultura, ficamos entristecidos
com o corte que teve aquela área, de vários de seus empreendimentos já
previamente anunciados como demanda do Orçamento Participativo.
Mas, convenhamos, o Município de Porto Alegre não
pode nem sequer dar a tradicional pedalada que foi dada no Governo Federal,
Vereadora Líder do PSOL. Lá em Brasília, anos após anos se dá aquela pedalada.
Não tem dinheiro para pagar no fim do mês, manda a Caixa Econômica, manda o
Banco do Brasil, manda os agentes financeiros do Governo fazerem o pagamento,
tendo ou não tendo dinheiro. Aqui não dá para fazer isso. Se o Prefeito mandar
a folha de pagamento para os bancos efetuarem o pagamento, junto com isso tem
que ter o depósito correspondente, senão, ele comete um crime e vai preso. Só
pode cometer esse crime a Presidente da República, porque ai vem as colocações
de que ela seria imune, que fez tudo do interesse social, porque era para pagar
os benefícios sociais concedidos à Nação brasileira. Esse é o quadro.
Lamentavelmente, esse é o pavoroso quadro nacional, que lamentavelmente foi
alguns anos atrás, quando começou a pintar essa possibilidade, chamado como
“marolinha”, agora, é uma tempestade pior da que aconteceu em Porto Alegre, no
dia 29 de janeiro. Essa tempestade se prolonga, está contaminando toda Nação
brasileira. Os estados brasileiros acompanharam solidariamente a Nação, que
quebrou e eles quebraram juntos. Os municípios estão quebrando, e nós vamos ter
que lutar muito para não termos que constatar também a quebra do Município de
Porto Alegre, porque a progressiva quebra das arrecadações da União e dos
Estados, em que pese a majoração da carga tributária, fruto do desastre da
condução da economia nacional. Com essa progressiva queda na arrecadação que
reflete em todos os Municípios brasileiros – e Porto Alegre não é exceção –,
nós, certamente, teremos que trabalhar muito, quando não rezar muito, porque a
marolinha está cada vez mais tsunami e está pegando muito de perto ali na
entrada da cidade de Porto Alegre, que resistiu até...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. REGINALDO PUJOL: ...para que esse fim
não seja tão trágico como aquele que se pinta no horizonte. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Apregoo o
Processo nº 2999/15.
Solicito abertura do painel eletrônico para
verificação de quórum, a fim de entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Catorze Vereadores presentes. Não há quórum.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2657/15 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 030/15, de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo e Ver. Idenir Cecchim, que inclui als. l e m no § 1º e § 17 no
art. 20 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que institui e disciplina
os tributos de competência do Município –, e alterações posteriores, dispondo
acerca da base de cálculo do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
(ISSQN) para os serviços que especifica.
PROC.
Nº 2810/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 275/15, de autoria do Ver. Mario Manfro, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Antonio Luiz Braz.
PROC.
Nº 2822/15 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 043/15, que desafeta e autoriza a alienação de
área com 112,00m² (cento e doze metros quadrados), localizada na Avenida Dr.
Nilo Peçanha, distando aproximadamente 61,50m (sessenta e um vírgula cinquenta
metros) da Rua Antônio Carlos Berta, destinada a passagem de pedestres, à
Administradora Gaúcha de Shopping Centers S/A – Shopping Iguatemi Porto Alegre.
PROC.
Nº 2888/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 289/15, de autoria do Ver. Cassio Trogildo, que
denomina Praça Luís Cláudio Meyer o logradouro público cadastrado conhecido
como Praça Cinco Mil, Cento e Cinquenta e Seis, localizado no Bairro Espírito
Santo.
PROC.
Nº 2945/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 297/15, de autoria do Ver. Waldir Canal, que
inclui a efeméride Semana Municipal do Bairro Santa Rosa de Lima no Anexo da
Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de
Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, na
semana que compreender o terceiro domingo de agosto.
PROC.
Nº 0045/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/16, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa,
que estabelece as velocidades máximas permitidas de 50km/h (cinquenta
quilômetros por hora), para veículos automotores leves, e de 40km/h (quarenta
quilômetros por hora), para veículos automotores pesados, nas vias urbanas
arteriais do Município de Porto Alegre e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. 0559/13 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Cassio Trogildo, que
estabelece regras para comprovar a realização de inspeção predial em
edificações, por meio do Laudo Técnico de Inspeção Predial, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
Nº 014/03, de autoria da Verª Sofia Cavedon.
PROC.
Nº 2687/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 256/15, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Francesco Giuseppe Rosito, Rua José Barletta Celia, Rua
Frederico Barletta Celia, Rua Januario Severino, Rua Carmine Severino, Rua
Giacomino Severino e Rua Luigi Santagada os logradouros não cadastrados
conhecidos, respectivamente, como Rua Três Mil e Sessenta e Dois - Jardim
Safira -, Rua Três Mil e Sessenta e Quatro - Jardim Safira -, Rua Três Mil e
Sessenta e Cinco - Jardim Safira -, Rua Três Mil e Sessenta e Nove - Jardim
Safira -, Rua Três Mil e Setenta e Um - Jardim Safira -, Rua Três Mil e Setenta
e Dois - Jardim Safira - e Rua Três Mil e Setenta e Três - Jardim Safira -,
localizados no Bairro Mário Quintana.
PROC.
Nº 2784/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 270/15, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que
inclui a efeméride Dia do Colecionador de Miura e de Carros Antigos no Anexo da
Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de
Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, no
dia 14 de maio, ou no primeiro domingo que suceder a essa data.
PROC.
Nº 2821/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 276/15, de autoria do Ver. Waldir Canal, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Marcos Antônio Pereira.
PROC.
Nº 3011/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 300/15, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Gilberto Lehnen o logradouro público cadastrado conhecido como
Avenida Dois Mil, Cento e Vinte e Dois, localizado no Bairro Humaitá.
PROC.
Nº 0096/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/16, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Airton Ferreira da Silva o logradouro público cadastrado
conhecido como Rua Dois Mil, Cento e Vinte e Três, localizado no Bairro
Humaitá.
PROC.
Nº 0141/16 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/16, que cria e extingue cargos de provimento
efetivo no Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), autarquia do
Munícipio de Porto Alegre e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
a Pauta nos reserva hoje alguns projetos da maior relevância, que obviamente
merecem ser objeto de nossa análise neste dia e nesta hora em que estamos nesta
Casa discutindo preliminarmente essa proposta. Entre os projetos, um deles,
desde logo, merece a nossa maior atenção, é de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo, que dispõe acerca da base de cálculo do Imposto sobre Serviços de
Qualquer Natureza – ISSQN, para os serviços que especifica. Essa tem sido uma
luta contínua do Ver. Bernardino Vendruscolo, que normalmente é contestada,
inclusive, dada as alegações de inconstitucionalidade. Se atentarmos bem para a
justificativa, diríamos que é possível e justificado que esse assunto seja
esmiuçado nesse debate preliminar. Mais do que isso, que ele seja examinado
pelas Comissões da Casa, mais especificamente pela Comissão de Constituição e
Justiça, que é o fórum competente para examinar a legalidade e a
constitucionalidade dos projetos de lei que tramitam na Casa.
Na verdade, nós temos um choque de opiniões a
respeito do limite da capacidade legislativa dos Parlamentos brasileiros. Por
conseguinte, nós, Vereadores de Porto Alegre, também ficamos submetidos a essa
restrição, que é, inclusive, reconhecida pelos pretórios especializados deste
País, nos julgamentos das Ações Diretas de Inconstitucionalidade – ADin , que
são oportunamente e estrategicamente colocadas pelo Poder Público Executivo da
Cidade.
Assim, Sr. Presidente, estou aqui, neste primeiro
dia, deixando muito claro a relevância desse assunto, que é objetivamente
provocado pelo projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo, na medida em que
certamente haverá, por parte da Procuradoria da Casa, alguns alertas acerca da
constitucionalidade. E asseguro como sendo absolutamente conveniente que a
nossa Comissão de Constituição e Justiça – agora não mais presidida pelo Ver. Elizandro Sabino e, sim, pelo Ver. Márcio Bins Ely – se aprofunde nesse
exame, a fim de que a Casa possa, com mais tranquilidade, enfrentar o debate de
mérito a respeito da proposição. Evidentemente que hoje se discute claramente
não mais os limites da taxação e das alíquotas impostas dos tributos, mas a
base tributária. Em várias das situações são feitas algumas concessões
justificadas, porque em determinadas atividades seria injusto colocar alíquota
incidindo sobre todo o faturamento. Sendo óbvio que esse faturamento deve ter
uma redução na medida em que muitos dos valores que correspondem a essa fatura
já foram, num determinado momento, satisfeitos por outro segmento dentro da
cadeia produtiva que se desenvolve. Por isso, Sr. Presidente, eu estou
insistindo na minha recomendação: que nós venhamos nos debruçar sobre esse
assunto e, uma vez debruçados sobre ele, criar um ambiente, um cenário de
debate, pelo qual alguns esclarecimentos, com toda a certeza, haverão de
surgir, no interesse da Casa – gosto de dizer – e da comunidade de Porto
Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Rodrigo
Maroni está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Sr.
Presidente, Ver. Cassio Trogildo; demais colegas Vereadores, Vereadoras,
funcionários da Câmara, público que nos assiste nas galerias e em Casa. Eu vi
aqui que tem um projeto que eu assinei – acho que foi na semana passada – de
autoria do Ver. Mario Manfro, a quem, inclusive, quero fazer uma menção,
dizendo que sou solidário a ele pelas denúncias que sofreu no ano passado. Ele
é uma pessoa pela qual tenho o maior respeito e admiração, pois sei da sua
dignidade. Eu estava devendo, inclusive, falar sobre isso aqui. Conheço a
família desse colega, a sua filha foi minha colega de aula, sei do seu
histórico na Zona Norte, de toda a batalha que faz, não tem como não dar esse
relato de admiração à pessoa do Mario Manfro. Quero fazer menção ao projeto
desse Vereador que concede Título de Cidadão ao Sr. Luiz Braz, proposta que
assinei. A gente assina muitos Títulos aqui, Mônica, mas há alguns que são
especiais, que a gente, de fato, vê que há algum tipo de justificativa. O Luiz
Braz, além de ser uma pessoa de uma serenidade absoluta, é um colega muito
bacana, foi um Vereador muito bacana, eu não poderia deixar de fazer esta
homenagem a ele, que merece a honraria de ser um Cidadão aqui. Parabéns ao
Mario.
Também queria falar que protocolei um projeto, há
uma semana, relacionado a uma das nossas batalhas mais diárias – Amaranto, tu
que acompanhas o nosso trabalho pelas redes sociais –, algo que eu diria que é
inesgotável, praticamente é secar gelo, relacionado ao atropelamento de
animais. Sei que muitas pessoas não sabem, não percebem, talvez passem uma vida
toda, de 30, 40, 50 anos, sem se dar conta disso. Os relatos que trago, e
algumas pessoas podem até questionar os números, são relatos absolutamente
empíricos de quem visualiza isso, talvez não batam com os números dos órgãos
oficiais, porque talvez a situação nem chegue aos órgãos oficiais, e aí está o
grande problema. São centenas e centenas de animais atropelados todos os dias.
Não é um, não são dois, não são três. E diria que, em 99,9% dos casos, a culpa
dos atropelamentos é do ser humano. Por que digo isso? Naturalmente, às vezes,
tu estás andando na pista, e um animal atravessa na tua frente, e tu não tens o
que fazer. Mesmo nesses casos – e hoje não há nada que regulamente – o indivíduo
que atropelou teria obrigação de parar. O que eu posso garantir para vocês, com
toda a certeza do mundo – inclusive renuncio ao
meu mandato de Vereador se eu estiver mentindo – é que em 100% dos casos a
pessoa que atropela um animal não para. Eventualmente, talvez 0,001%, de 10
mil, um indivíduo pare para dar uma olhada. E aquele bicho fica, muitas vezes,
com a coluna fraturada, com as patas fraturadas. Eu resgatei animais de três,
de seis, de dez dias atropelados. Dez dias um animal atropelado, já com cheiro
de bicheira, completamente infeccionada, parado naquela situação. O que me
admira mais é a população passar por aquilo e deixar aquela situação. Por isso,
o meu projeto que criminaliza o indivíduo. Nada de multa. Multa não vale a
pena. O cara vai pagar uma cirurgia de um animal, R$ 1.000, 00, R$ 2.000,00,
para reconstituir. Vai pagar uma multa de R$ 200,00. Ele deixa ali, que seja
multado. O indivíduo que atropelou um animal e não parou; se pegou a placa e
confirmou, tem que ir para a cadeia. O indivíduo que atropelou um animal
intencionalmente tem que ir para a cadeia. Não há justificativa nenhuma para
que o indivíduo atropele. Eu pergunto para quem duvida do que estou falando ou
acha que é bobagem: é respeitoso tocar o carro por cima de um idoso que está
atravessando, mesmo que esse idoso tenha consciência de que está atravessando,
mais do que um animal? Um animal, teoricamente, não é racional. Uma criança,
mesmo de quatro, cinco, seis anos, ela tem a percepção maior do que a do
animal. E eu duvido de que alguém toque o carro por cima de uma criança e de um
idoso. Pois bem, por cima do animal, tocam. Saibam que eu vi muitos idiotas –
gente idiota, limitada, de quem eu tenho nojo total e já vi centenas de vezes –
dar aquela aceleradinha para pegar no animal; e aí pega numa pata, pega na
coluna e deixam o bicho ali atropelado. Esse cara que toca por cima...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Alberto Kopittke está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, venho à tribuna neste momento de Pauta
aproveitar para debater e parabenizar o colega, meu companheiro de partido Ver.
Marcelo Sgarbossa, por mais uma iniciativa que apresenta, importante
para a Cidade, que eu tenho certeza de que vai gerar um bom debate nesta Casa,
e creio que, depois, o Ver. Marcelo Sgarbossa vai poder me corrigir e detalhar
melhor a sua proposta. Novamente ele traz um debate que, se não me engano, ele
havia trazido no início do seu mandato, se refere à redução da velocidade nas
rodovias de Porto Alegre. Só que tem uma diferença, Ver. Clàudio Janta, daquilo
que o Brasil debatia há três anos sobre esse tema de cidades mais humanas em
relação à mobilidade – assunto no qual o Ver. Marcelo Sgarbossa é especialista.
Penso que é relevante, sim, termos aqui na Casa colegas que tratam de
determinados temas, estudam, pesquisam – isso é bom para a Cidade, é bom para a
Câmara, acho que a gente tem que ouvir. O Ver. Janta, por exemplo, vai falar de
sindicalismo – quem sou eu? Eu preciso estudar muito sobre sindicalismo,
vivenciar bons anos para saber o que é a vida sindical, estudar a legislação
sindical. Modestamente, eu, assim como outros colegas, trato do tema da
segurança; e o Ver. Marcelo Sgarbossa trata da mobilidade. Só que há três anos
esse foi um tema que a Cidade nem aceitou debater. Enquanto em São Paulo o
Prefeito Fernando Haddad colocou uma gestão inovadora – e eu diria que hoje é
de São Paulo, em termos de cidade, a gestão mais inovadora da América Latina –
e reduziu a velocidade da Marginal Pinheiros, da Marginal Tietê e caiu o mundo
na cabeça dele. E a imprensa conservadora bateu, o José Serra bateu, todo mundo
de visão tradicional bateu, bateu. Resultado, hoje: redução dos
engarrafamentos, aumento de velocidade média e despencaram os índices de
acidentes, mortes, pessoas acidentadas, principalmente motoqueiros. A redução
da velocidade na cidade toda está promovendo esses resultados. Assim como foi
pioneiro em colocar a faixa exclusiva de ônibus, e muitos disseram que ele
estava tirando o tempo dos carros; assim como ele está abrindo ciclovias; assim
como ele fez um programa pioneiro em relação ao crack, dando emprego para as pessoas dependentes; fazendo política
de redução de danos e tantas e tantas outras ações concretas que fazem, hoje,
de São Paulo uma referência de gestão inovadora, colocando a cidade nos grandes
debates do mundo. E, infelizmente, a nossa Cidade se recusa a discutir
mudanças. Parece que está tudo bem, que nós somos, aqui, todos donos da
verdade, que as coisas têm que ser como são e vamos perdendo a oportunidade de
ser uma cidade inovadora.
E, por fim, trago aqui, apenas para mencionar e dar
conhecimento, que o projeto de lei que votamos aqui, que estabelece que a Hora Certa da
entrega ou prestação de serviços seja expressa na nota fiscal no momento da
compra, registrando a hora da entrega do eletrodoméstico – Ver. Janta, foi a
sua emenda. Quem compra em uma loja, ou quem contrata um serviço de TV a cabo,
de Internet sem fio, agora virou lei, a Lei nº 12.007, de 2016, se não me
engano, lei já sancionada – votado pela unanimidade desta Casa –, a partir de
agora as empresas têm que botar a hora em que vão fazer o serviço nas casas das
pessoas. E as pessoas não vão mais ficar esperando por essas empresas, que
muitas vezes não cumprem o horário, ou remarcam três, quatro, cinco vezes.
Estou indo a uma reunião com o Diretor do Procon
discutir a implementação dessa lei, e quem ganha, eu acho, é a cidadania,
graças à posição desta Casa, uma lei produzida por todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CLÀUDIO
JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, queria entregar em suas mãos um
pedido de comparecimento do Secretário Municipal da Fazenda para nos esclarecer
a situação das finanças do Município, se vai haver, realmente, atraso do
pagamento dos salários dos funcionários.
(Procede-se à entrega do documento.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado, Ver.
Clàudio Janta, daremos os devidos encaminhamentos para proceder a sua
solicitação.
O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ENGº COMASSETTO: Prezado Presidente,
colegas Vereadores e Vereadoras, dos projetos que estão em Pauta, o projeto do
Ver. Marcelo Sgarbossa – sobre o qual meu colega, o Ver. Alberto Kopittke,
acabou de fazer uma reflexão –, assim como outros projetos que aqui estão,
tratam da possibilidade de fazermos aqui a discussão sobre a cidade que
queremos, ou a cidade que inclua, ou a cidade humanitária, a cidade que trate
do cidadão em primeiro lugar. E há um dos projetos que está na Ordem do Dia –
quero aqui aproveitar para fazer uma reflexão –, que é um projeto do
Departamento Municipal de Águas e Esgotos – DMAE, que propõe a criação e a
extinção de diversos cargos do DMAE. Portanto, faz uma reestruturação
administrativa. Mas eu não quero falar propriamente dos cargos, mas do papel
que tem o DMAE, assim como da mobilidade urbana, da cidade que queremos e de
onde estão as carências. E eu li há poucos minutos, aqui está. (Mostra jornal.)
Quero cumprimentar aqui o Jornal do Comércio – que nos acompanha diariamente
com uma repórter setorista e um fotógrafo –, dizendo que é o único jornal que
cobre a Câmara de Vereadores diariamente. E há uma matéria no Jornal do
Comércio, Dr. Raul, justamente tratando sobre o saneamento básico, falando que,
no Rio Grande do Sul, a maioria dos municípios não tem
tratamento. E eu quero falar de Porto Alegre. Em Porto Alegre, o Programa
Integrado Socioambiental – Pisa, que ficou da Administração Popular para esta
Gestão, foi deteriorado como projeto até hoje. E aplicação dos R$ 850 milhões
para o Programa Integrado Socioambiental ficou para quatro conceitos que teriam
que ser trabalhados: a realização de grandes obras; a estruturação do
saneamento em todas as comunidades, em todas as vilas; um programa de educação
ambiental; e, por último, uma coroa de proteção dos mananciais da Cidade com a criação
do Parque Linear Arroio do Salso, que o então Prefeito Fogaça retirou do
projeto e não voltou mais para o projeto, assim como a proteção de todas as
nascentes do Arroio do Salso. Apesar da avaliação que o Jornal do Comércio fez
hoje sobre o saneamento, o que aconteceu com o Projeto Integrado
Socioambiental? Todas as vilas irregulares – vejo muitos membros aqui da
comunidade, o Diaran, que está sentado aqui no nosso plenário, que foi eleito
conselheiro do Plano Diretor da Região de Gestão do Planejamento 7 –, toda a
periferia e as vilas irregulares não receberam redes de esgoto. Para quê? Para
coletar esses esgotos e que eles possam ser tratados. Então, esse item do
tratamento e das redes de esgoto para a coleta nas vilas da cidade de Porto
Alegre foi abandonado pelo Projeto Socioambiental.
Bom, como é que nós vamos fazer com que não caia
mais essa língua escura de poluentes, que entra no lago, no Arroio Dilúvio?
Bom, se a Vila São Pedro, que ali está, não tem saneamento; se lá, no Campo da
Tuca, na Vila dos Sargentos, não tem saneamento; se aqui no Jardim Marabá,
junto com a Vila Taquareiras, que são 1.200 famílias no Centro de Porto Alegre,
na região da Glória, não há o tratamento? E não é só coletar, é coletar e
tratar. Então, este projeto, que está em pauta, do DMAE, que propõe uma
reestruturação administrativa, sempre foi tratado por nós, do Partido dos
Trabalhadores, da oposição, como algo que tem que vir para melhorar a qualidade
dos serviços. Queremos fazer esse diálogo, queremos fazer essa discussão. E o
saneamento, uma Cidade que não tem saneamento...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ENGº COMASSETTO: ...Para concluir, Sr.
Presidente, neste momento, em que estamos num combate nacional aos mosquitos, e
aqui quero dizer, os médicos sanitaristas que aqui estão, que cada R$ 1,00
aplicado no saneamento significa R$ 5,00 em economias na saúde pública – R$
5,00! Então, é essa a agenda que nós temos que perseguir e que temos que
exercitar. Então, eu quero aqui novamente cobrar do DEP, que está condenado
pela Justiça e que não realiza as obras do Ipê 2, bem como lá do Túnel Verde. Vou voltar a
insistir nessa linha porque, quando a Justiça determina, condena, tem que
executar, senão é improbidade administrativa. Um grande abraço para todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Não havendo mais nenhum orador inscrito, estão encerrados os trabalhos
da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 16h1min.)
* * * * *